Semana de conscientização sobre o Autismo é lembrada na CMC
março 31, 2020Como manter a rotina da pessoa com autismo durante a quarentena
abril 3, 2020Há quatro anos, Curitiba reconheceu a necessidade de dar mais visibilidade à pessoa com autismo. A lei 14.809/16 que incluiu no calendário da cidade a Semana de Conscientização Sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi criada para proporcionar o protagonismo, a inclusão e a quebra de preconceitos. Esta foi a primeira lei do Estado do Paraná a tratar do autismo.
Preconceito porque pessoas com autismo têm dificuldade para interagir com os outros. E por apresentarem comportamentos de restrição social, típicos do quadro, elas são julgadas como pessoas sem educação, sem limites ou que não aceita afeto.
É preciso conhecimento para acabar com essa visão limitada. O autismo é silencioso e só a informação é capaz de combater o preconceito. Quando a informação passa a fazer parte do cotidiano das pessoas, elas entendem que aquele comportamento é natural para quem tem TEA. Elas respeitam mais.
Sinto que evoluímos nesses últimos quatro anos. A visibilidade do tema aumentou. Hoje a palavra “autismo” e a sigla “TEA” já estão nas rodas de conversa em casa, nas ruas e nas escola. Resultado de muito trabalho das famílias de autistas, de organizações não governamentais e do poder público municipal, que vem ampliando a rede de atendimento que é de direito para essas pessoas.
Também em 2016, fui o autor da lei 14.913/2016 que trata sobre o diagnóstico precoce. Outro grande avanço porque agora é possível identificar os sintomas que podem fazer parte de um quadro de transtornos do espectro autista. Presente nas 111 unidades de saúde, o teste de triagem é aplicado em todas as crianças curitibanas entre 18 e 36 meses de idade. Quanto mais cedo for o diagnóstico, a criança pode ser melhor trabalhada para conquistar autonomia.
Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde para se evitar aglomerações, as ações programadas para a Semana de Conscientização sobre o Autismo desse ano foram canceladas, mas não esquecidas. A luta não é de hoje. A cada ano vamos evoluir, melhorar e continuar a debater esse tema é tão importante.